CHUVAS NAS ESTRELAS

Lacrimejei  choro gelado
molhei meus lábios sal gados,
fugir da chuva.


Bebi sofrimentos e tristeza
acreditei  em voar no espaço 
e rasguei meu peito em dor,

Parei por um instante 
perdi a cabana e as vozes do paraíso.

Vivi, somei e apurei 
as somas eletrizantes das estrelas,
vibrei ao descobrir corpos suados de paixão,
olhos e boca somando pensamentos.

Somos todos egoístas,
errado envenenei meu ser,
pedir que o universo me transportasse,
pois tudo era mentira
e mosso universo miragem.

Neguei a vida, amei o nada
e construir saudades.
Notei na distancia das estrelas,
lagrimas de chovas que caia.
Chorei calada, arrasada 
ao perceber que as estrelas se foi.

Descobrir meu copo de seda,
cobrindo-me de plumas ao morrer.
Ontem, alarmei minha paz.
Hoje, é esperar e vencer.
Amanha com a alma simples
ser amante feliz.

Lóide Batista Vieira.
21-10-1988.

PARAÍSO PERDIDO


Paraíso, nunca se ver
também nunca se viu,
é como amor escondido
no peito de quem partiu.


Paraíso é como árvores 
que com verdes folhas estão,
e perfuma os teclados  
de cada coração.

Paraíso, palavras doce 
que todos amantes diz,
mais, nunca os ver livremente 
nesse paraíso sem fim.

Paraíso, traz para nós
momentos de alegria,
traz também acolhimento, 
em cada passo do dia.

Para que possamos sentir 
o sabor do teu prazer,
de estarmos juntinhos
sem medo de esquecer.

Paraíso, paraíso           .
onde estas que não te vejo
para sentir-me segura,
entre abraços e beijos.

Paraíso, é coisa rara
que ninguém jamais possuiu,
paraíso, é um grande  abismo
que nós dois nunca sentiu.

Paraíso, é coisa rara
que ninguém jamais possuiu,
paraíso, é um grande abismo
que nós dois nunca sentiu.
              
Lóide Batista Vieira.
19-10-1988.

RELI


Ontem, reli sem nada disser-te
trecho do meu viver.

Reli com lagrimais
que em desespero derramei

Ontem, amargurado, sem esperança,
por sonhos mortos, deixei de ser mulher
e fui criança a falar de amor.

Ontem, reli da consciência
palavras sem magoas, de um triste amor.
Sem medo reli os pensamentos e recordações.

Ontem, reli tudo que escrevi.
Hoje, escrevo tudo que reli.
Amanhã, procurarei escrever coisas
que mostre nossa realidade.

Lóide Batista Vieira.
20-10-1988

SOMOS

Somos, dois em um
vivendo no espaço  
separados ou inseparados,
pelo medo, pelo amor
e pelos laços.

Somos dois, divididos e somados
subtraídos e multiplicados,
vivendo em pensamentos mergulhados.

Somos dois em um
unidos por sentimentos
separados por preconceitos,
conflitos e indecisões.

Somos dois apaixonados
que se rejeita e se quer,
que se beijam e se queixam
somos dois em um só ser.

Somos duas vidas,
em um só corpo e pensamentos,
quer brigam, se suportam,
mais se amam.
Somos só nós dois.

Lóide Batista Vieira.
16-10-1988

MERGULHO

Misteriosamente planejei algo
que me desse prazer.

Equilibrei meu corpo e sentimentos.
para produzir espaço , nesse pequeno ambiente.

Acariciei  suas mãos, 
mesmo não as dendo junto a mim
e sentir que elas estavam 
por ondas  aquecida 
de natureza estranha,
ou do próprio calor  do seu sangue quente.

Observei as salas, quartos e quintas,
para sentir o ar circulando 
em torno do seu ser.

Ao abrir a porta
percebi a chama que ardia
no seu corpo uniforme.

Sacudi o pó da terra
que em meu corpo castigava
e deixei que uma força
penetrasse na corrente da minhas veias.

Concluir que um pouco da nós dois
se expandia por traz dos balões 
e das noites frias de junho.

Permitir reduzir a bebida
e o cheiro do álcool 
que se estampava em nossas gargantas

Escalei a montanha a zero
ao solicitar de você 
um pouco de atenção e amor.

Mergulhei no lamação de dor
ai, veio o arrependimento.
Pois mal cabia em você
os intervalos que você mesmo,
os deixou transpassar
nas entranhas de sua mente poluída 
e do seu cérebro vazio 
eu me deixei levar.

REFLEXO

Você retirou seu corpo
esvaziando-me vagamente.
Sucumbiu minha alma , me crucificando.
Foi cruel , só não me falou de amor.

Refletir o dia inteiro
e evitei pensar ,
no seu corpo, na sua boca,
quando um beijo seu, negou-me,
aumentando assim ,
os sofrimentos meus.

Lóide Batista Vieira.
18-01-1985.

MIRAGEM

Eu o vi tão perto e fingir,

fingir tão bem e propus recorrer,
aos meu ecos e miragem,
que no tempo vazio
eu os fiz surgir.

Falei seu nome,
sugerir horas alucinantes.

Confundir meus pensamentos,
enguinorando os seus.

Acendi com inquietação 
a chama dos desejos,
que nem eu mesma sei.

E deixei percorrer 
outras miragem,
que o anseios  construiu.

Lóide Batista Vieira.
07-02-1985.